
Nessa época era proibida em absoluto aos habitantes da ilha, sob domínio
japonês, o uso das armas. Mesmo as armas brancas eram interditas. Só os
samurais invasores podiam fazer uso das suas.
Destas interdições nasce o Okinawte-Te, misto da escola Kempo e de técnicas
locais. Constituíram-se seitas secretas que praticavam secreta e intensamente,
de noite, entre discípulos seguros. Pés e mãos transformaram-se, em armas
terríveis, capazes de substituir os punhos e as espadas. As pontas dos dedos
tornaram-se tão perigosas como uma faca. Os cotovelos e joelhos, adquirem a
potência das matracas, dos maços de ferro. Os braços, a solides dos sabres.
Nesse Karatê, todos os membros eram utilizáveis procurando, sistemática e
rapidamente, uma eficácia absoluta e rápida. Os golpes são sistematizados à
velocidade máxima. Os estrangulamentos, luxações, projeções do corpo ao solo,
foram totalmente abandonados, ficando como meios acessórios. Esta fase explica a
diferença de eficácia entre o Karatê e o Jiu-Jitsu japonês, mais tarde
substituído pelo Judô.
Cerca de 1900, o estudo do karatê foi divulgado em Okinawa pelos mestres Itosu
e Higaona, já com carácter oficial e aberto. Depois o Governo Japonês, na
pessoa dos ministros, convida os mestres a ensinar Karatê no Japão. É então que
entre todos se destaca o mestre Gichin Funakoshi, como personagem de primeiro
plano e figura de nível intelectual, mental e espiritual impar, como ainda hoje
se venera o seu espirito para que presida ao trabalho em cada «Dojo». Esse o
homem de olhar repousante e firma de que vemos, na parede central de cada
«Dojo» de Karatê, a fotografia.
É ele que organiza a Escola Shotokan, codificando as actuais formas de Karate
no Japão e insuflando a uma simples técnica a força mental do Karate como era
praticado por Bodhidarma, associando o corpo e o espirito, como nas antigas
formas do Kempo.
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