Hironori Otsuka, que aos 29 anos tornava-se mestre em Jiu Jitsu (01/06/1921 –
conforme registros) tomou contato com o karate de Okinawa através de uma
demonstração pública feita por Gishin Funakoshi e equipe em 1922.
Apresentou-se no ginásio Meisho-juku, onde, segundo suas próprias palavras:
“Funakoshi san, recebeu-me muito bem e disse que me ensinaria de bom grado o
karate” e ainda completa: “Ele era surpreendentemente franco e aberto e de
espírito puro...”.
Com dedicação integral, Otsuka passa a praticar o karate com o mestre
Funakoshi, quem lhe confiava a organização de muitas tarefas, bem como a
assistência na instrução aos estudantes de karate.
A partir de então, Otsuka passa a amadurecer idéias sobre a mescla das técnicas
do atemi, esquivas e Nague Waza do seu Jiu Jitsu ao karate, onde já se tornara
um respeitado especialista.
Nesta mesma época (1929), organiza o primeiro clube de karate na Universidade
de Tóquio e introduz neste mesmo ano o estudo do estilo livre de luta em jogos
competitivos, criando a base dos atuais torneios de karate.
Otsuka estabelece então uma rede de academias nas várias universidades
japonesas (Nodai, Rikyo, Nihon, Todai e Colégio Dental de Tóquio).
Finalmente em 1934, oficialmente, inaugura o seu próprio estilo de karate que
em 1940 é oficializado pela Butoku-kai (órgão disciplinar e gestor das Artes
Marciais no Japão) como o estilo Wado Ryu – “Escola do Caminho da Harmonia”.
Hironori Otsuka nos ensinou em sua poesia “TEM, CHI, JI NO RI-DO WASURU” que o
caminho das Artes Marciais não deve ser meramente técnica de luta, mas o
caminho da paz e harmonia.
A meta de prática desse estilo é trazer a paz e harmonia, o que é mais difícil
de ser atingido do que a vitória pela violência.
Características do estilo Wado Ryu
Influenciado pelas técnicas do atemi e naghe waza do Jiu Jitsu, o Wado
desenvolvido pelo Otsuka tem como fudamento o estudo da distância (maai), do
tempo de ação (irimi) e da esquiva (taisabaki).
Muitas vezes o bloqueio é transformado num movimento de ataque de forma
contínua, ou seja, o ataque e a defesa são considerados parte de um único
movimento. O kensei (finta) e o taisabaque (esquiva) são arduamente trabalhados
de modo que o oponente se exponha ao contra-ataque sem chance de defesa.
Utiliza-se também o tsukuri (chamar o ataque) e os atemis e bloqueios de
ataques de forma direta sobre as articulações.
A facilidade que o mestre Otsuja encontrou no estudo do kumite deve-se muito à
sua especialidade na área médica ortopédica de fraturas e ferimentos
ocasionados em combate.
Fonte: FPK
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