Calendário da Copa kankudai AQUI!

A MULHER NO KARATE DA BAHIA


"Segue abaixo a história de como foi a inclusão da mulher no karate na Bahia e conseguentimente todo o seu pionerismo que ajudou e ajuda a manter esse esporte que vem crescendo cada vez mais, servindo de incentivo para muitas mulheres. O texto foi retirado do livro A Historia do Karate na Bahia."  
 
Lucélia Ribeiro, um de muito exemplos de mulheres campeãs.
Amanda Pires e Magaly Mary Fontes (afastada) foram as primeiras mulheres a se graduarem em faixa-preta na Bahia, no ano de 1979. Depois delas vieram outras, como Maria Moreno Nogueira Lima e Hortência da Encarnação Batista. Amanda Pires começou a praticar o karatê aos seis anos de idade, porém o seu primeiro exame de faixa foi realizado em 1972, aos nove anos de idade. O primeiro clube de karatê em Salvador administrado por uma mulher foi o LYSESLÂNDIA CENTRO ESPORTIVO, administrado por D. Maria Rita Bacelar e tendo Jorge Contreiras como professor. Depois dele veio, o professor Randolfo Sampaio e em seguida o professor Gilmar Xavier.

Posteriormente o nome do clube foi mudado para LYNCE KARATÊ CLUBE e ficou sendo administrado pelos filhos de D. Rita Bacelar sob a supervisão técnica da professora Amanda Pires. Esclarece a professora Amanda Pires: “neste clube formei vinte e um faixas pretas, sendo três mulheres e dezoito homens. As mulheres foram: Denize Muniz, Lívia Ferreira e Ane Leandra. Lívia foi a minha primeira faixa-preta e também quebrou o meu record, fez exame para faixa preta aos doze anos de idade. Também dentro do Lynce Clube consegui fazer muitos campeões de kata e kumitê, tanto individual como por equipe. Houve uma época, em que tivemos quarenta atletas do sexo feminino dentro do Lynce, seguindo o exemplo de Dalmar Caribé, na cidade de Itapetinga que, segundo eu soube, teve mais de cinqüenta atletas do sexo feminino. As meninas treinavam muito e eram boas atletas, fiz algumas campeãs.

Fui a primeira campeã baiana de kata, fui tetracampeã baiana, ganhei campeonato universitário de kata e kumitê, e também participei de campeonatos brasileiros. Nunca participei de campeonato internacional por motivos financeiros, tanto de minha parte como da federação, que não pôde arcar com as despesas. Sou a primeira árbitra baiana a participar de um campeonato internacional, o Pan-americano, realizado no Rio de Janeiro.

Quanto ao meu trabalho no Lynce, comecei como monitora, pois quem lecionava eram professores do sexo masculino. A primeira pessoa a reconhecer o meu trabalho em Brotas, no Lince, foi a D. Geni Jones Gradin. Ela tinha uma academia chamada “Jeito de Corpo” e me chamou para lecionar karatê. Na academia dela fiz os meus primeiros campeões, pois houve um torneio no Lynce, que proporcionou quinze medalhas. Os meus alunos foram convidados e ganhamos treze 35 medalhas. Com o decorrer dos tempos, os professores foram saindo e então assumi as aulas do Lynce, onde fizemos muitos campeões de copas de clubes, bem como do campeonato baiano, tanto de kata como kumitê, apesar de não ser uma boa atleta de kumitê, porque não tive a oportunidade que as atletas têm hoje em dia.

"Força, determinação e coragem são algumas das inúmeras qualidades delas"

No Lynce tive grandes atletas do sexo feminino como Lívia Ferreira, Denize Muniz, Ane Leandra, Tais Cruz, Tatiane Cruz e muitos do sexo masculino como Fábio Cruz, Fábio Cunha Santos, Marcelo Carneiro de Oliveira, Alex Velame, Clécio Marback, Celso Medina, essa era a minha equipe de adulto que foi campeã da seletiva da capital.” Depois de Amanda Pires, veio uma nova geração que foi menos massacrada pelo machismo. Todavia, os atletas do sexo masculino ainda discriminavam alegando que as meninas iriam ficar com o “corpo e jeito de homem”. Com as competições e as mudanças que o karatê sofreu ao longo dos anos, essas opiniões estão sendo mudadas.

Afirma a professora Adriana Silva Oliveira, da Federação Baiana de Karatê Semi-Contato: “sofri com o machismo desde quando iniciei no karatê, como também, quando comecei a lecionar karatê. Mas depois de alguns anos, com a evolução do karatê se transformando mais em esporte, essa mentalidade machista está mudando”.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por seu comentário e divirta-se!